Agronegócio
Área de arroz deve ser 13,8% menor na Zona Sul
Em contrapartida soja deve crescer 28,2%; índices acompanham tendência do Estado que terá área 10% menor no arroz e 19,7% maior na soja
Divulgação -
A partir desta semana, os produtores de arroz da Zona Sul do Estado devem dar início à semeadura da safra 2022/2023 que deve ter uma redução de área de 13,8% ou 22.299 hectares, passando para 139.543 hectares. Em contrapartida a área de soja na várzea, na rotação com o arroz, deve crescer 28,2% ou 31.023 hectares. De acordo com o coordenador da Regional Zona Sul do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga Zona Sul), Igor Kohls apenas uma unidade produtiva da região já começou a semeadura.
Kohls destaca que a região tem em torno de 67% da área com preparo antecipado e dessecadas, à espera das condições climáticas favoráveis. “Em alguns lugares o terreno está um pouco úmido das últimas chuvas e espera-se aumento de temperatura para favorecer a germinação das sementes”, ressalta.
Além da redução da área, todos os fatores contribuem para o avanço rápido da semeadura na região, com grandes chances de conclusão dentro do mês de outubro, considerada época ideal às cultivares expressarem todo seu potencial produtivo, diz. “A perspectiva de La Niña até o final do ano indicam chuvas dentro da normalidade ou abaixo da média”, ressalta.
A Zona Sul é a região produtora com a maior redução percentual na área de arroz. Um dos principais fatores é o custo de produção que aumentou em torno de 20% em relação à safra anterior. “O preço do arroz não acompanhou este aumento e em alguns momentos o preço da saca esteve até menor do que a safra anterior”, diz.
Nos dois últimos anos, a área de soja aumentou gradativamente na região e com produtividades muito boas, ressalta. “A média da Zona Sul na safra passada foi de 53 sacos e na anterior 48, fechando uma média de 50 sacos em rotação”, destaca. Além do preço ser mais atrativo a rentabilidade por hectare é bem maior do que a do arroz.
Ele salienta ainda, que a região terá uma área de milho em rotação acima dos três mil hectares o que segundo ele, demonstra que o produtor continua investindo na agricultura. Entre soja e milho são quase 15 mil hectares a mais de áreas onde tradicionalmente se plantava arroz, ressalta.
Ele destaca ainda, os benefícios da integração lavoura-pecuária, prática que vem sendo adotada em aproximadamente 40 mil hectares de áreas de arroz com cobertura de inverno, principalmente azevém e trevo persa, o que proporciona melhores produtividades tanto no arroz quanto na soja e permite ao pecuarista um resultado melhor no peso dos animais.
Estado
O Estado deve semear uma área de 862.498 hectares de arroz na safra 2022/2023, redução de 10% ou 94.687 hectares em relação à última safra. A área de soja na rotação deve crescer 19,7%. Serão 83.032 hectares com a leguminosa. Na safra anterior, a área de soja atingiu 422.011 hectares.
De acordo com a diretora técnica do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Flávia Tomita, a estiagem do ano passado resultou em perdas em todo o Estado em 30 mil hectares, 26 mil hectares na Fronteira Oeste, que deve plantar 25 mil hectares a menos neste ano. “Como não está chovendo o que deveria, o produtor colocou o pé no freio, porque não vai conseguir irrigar”, ressalta. Segundo ela, a região é uma das primeiras a iniciar a semeadura no Estado.
Na Zona Sul, que não teve perdas no arroz, a troca se deve à rentabilidade que a cultura proporciona, diz. “Em todo o Estado, além da soja ter passado dos 500 mil hectares, há produtores investindo no milho”. Segundo ela, ainda não há um levantamento sobre a intenção de plantio da cultura.
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